"Relação entre Biotecnologia, Meio Ambiente
e Sustentabilidade: aspectos positivos e negativos"
Nos
dias atuais existe um crescente avanços da biotecnologia, contando com as
necessidades do homem, de alimentação, saúde e bem-estar. Estima-se que me
2050, a população chegue a 9 bilhões de habitantes, dentro deste contexto
encontramos a biotecnologia atuando na agricultura para uma melhor e maior
produção de alimentos (CARRER et al,
2010).
Embora
se tenha a ideia de que a biotecnologia é uma tecnologia nova, a muito se usa
desta, na antiguidade já se utilizava para a fermentação do pão e vinho, os
microrganismos também atuaram na produção dos antibióticos, as primeiras
culturas de penicillum notarum são datadas
segundo Bennett e Chung (2001) na Segunda Guerra Mundial. O que nos remete a
reflexão de que esta tecnologia está mais presente em nosso cotidiano do que
imaginamos. Podendo ser definida e/ou empregada na utilização de técnicas para
o desenvolvimento de organismos geneticamente modificados, visando melhoramentos,
está é uma técnica aplicável a várias áreas da biologia. Assim em nosso
cotidiano é comum encontrarmos principalmente alimentos como os transgênicos,
ou mesmo os medicamentos antibacterianos.
No
que diz respeito a biotecnologia e desenvolvimento sustentável, podemos falar
em seu potencial para atingir as metas da sustentabilidade, o emprego da
biotecnologia pode promover resultados vantajosos principalmente nos campos de
produção de alimentos, geração de energia, prevenção da poluição ambiental ou
até mesmo com a biorremediação (SCHENBERG, 2010). Dentre suas contribuições para a
sustentabilidade a produção de alimentos transgênicos é a indústria que mais
cresce em relevância as técnicas biotecnológicas, plantas com dificuldades para
se desenvolver em determinados solos ou vulneráveis a pragas são melhoradas com
intuito de aumentar a sua produção.
A
biorremediação nada mais é que a utilização de seres vivos para descontaminar a
águas, podem ser utilizados nesse processo tanto microrganismo como plantas.
Levando em conta o tempo e os resultados dos métodos tradicionais para a
recuperação de uma ambientes, leva-se muito mais tempo e com resultados não tão
satisfatórios, a poluição principalmente por metais pesados é sempre complexa
de resolver, a biorremediação está para acelerar e dar qualidade ao processo de
desintoxicação do ambiente (ATLAS
e UNTERMAN (1999) apud SCHENBERG). Dado esse efeito positivo tem-se
desenvolvido cada vez mais estudos afim de melhorar ainda mais essa técnica.
A construção de novas bactérias para a produção de
biopolímeros é tida como um método de “prevenção ambiental”. Já se imagina a
produção de plásticos biodegradáveis, um dos problemas relacionados a esse novo
modelo de plástico é o seu custo que economicamente não tem condições de
competir no mercado, seu alto custo ressalta a necessidade de otimização as
linhagens microbianas, além disso segundo a literatura umas das crises até 2050
será a escassez de petróleo, o que irá de certa maneira subsidiar a produção
desse novo plástico (SCHENBERG, 2010).
Tanta positividade assim abre discussões, quais as
consequências dos alimentos geneticamente modificados? Sobre as questões
ecológicas envolvidas, como ficam as espécies não modificadas? É nesse contexto
que o Jornal Epoch Times, relaciona as diferentes opiniões de cientistas/
pesquisadores da EMBRAPA Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária. De um lado a opinião do pesquisador Francisco
Aragão, que defende a importância dos transgênicos e a necessidade do aumento
na produção de alimentos. Em contraponto a agrônoma pesquisadora Sarah Agapito,
desacredita nos OMGs pois segundo a ela, mesmo com os transgênicos no mercado
ainda houve um aumento considerável de agrotóxicos. E trata o baixo custo e
superprodução como mito. Gabriel Bianconi pesquisador da AS-PTA também
desacredita nos OMGs pois poucos anos após a inserção deste em nosso país foi
praticamente dobrada a produção de venenos agrícolas. Outra questão ressaltada
por ele é o domínio de poucas e grandes empresas no mercado agrícolas.
A Dr. Maria
Clara Coelho pesquisadora da Escola Nacional
de Saúde Pública, fez uma revisão bibliográfica nos portais do Scientific
Electronic Library Online (SciELO) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) e como resultado foi que,
existe pouco ou quase nenhum trabalho relacionado aos efeitos do OMGs na saúde
humana, ou mesmo sua segurança alimentar. E de acordo com seus resultados questiona
a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) responsável por toda a regulação do setor de biotecnologia
brasileiro em permitir a liberação da comercialização dos transgênicos no
Brasil, se na amostra da pesquisa feita os poucos estudos mostram que estes
alimentos não são seguros.
Referências:
CARRER, H; BARBOSA, A. L.,
RAMIRO, D. A. Biotecnologia na
agricultura. Estud. av. [online]. 2010, vol.24, n.70, pp. 149-164. ISSN
0103-4014.
BENNETT, J. W; CHUNG, K.-T. Alexander Fleming and the discovery of
penicillin. Advances in Applied
Microbiology, v.49, p.163-84, 2001.
SCHENBERG,
A. C. G. Biotecnologia e desenvolvimento sustentável. Estud. av. [online].
2010, vol.24, n.70, pp. 07-17. ISSN 0103-4014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v24n70/a02v2470.pdf>
Acesso em 18 Nov. 2015
Brasil é o segundo maior produtor de OGMs do mundo.
Disponível em: <https://www.epochtimes.com.br/brasil-e-o-segundo-maior-produtor-de-ogms-do-mundo/#.VkypaHarTIV>
Acesso em 18 Nov. 2015